Hoje a saudade bateu aqui na minha porta.

Ainda não entendo porque insisto em colocar nossa música preferida todos os domingos naquela mesma hora que costumávamos ouvir. A saudade conversa comigo em momentos assim, me chama de teimosa, joga a culpa toda em mim e ainda brinca que se eu continuar desse jeito vou ficar encalhada para o resto da minha vida. Ela deve ter razão, eu deveria ter guardado você dentro de um potinho e não ter deixado você ir embora, mas você sabe bem como eu sou, minha teoria é sempre de que devemos deixar o amor de nossa vida voar para bem longe, porque se ele for mesmo esse amor, consequentemente em uma esquina qualquer os olhos dele vão cruzar com meus olhos novamente e o tempo que foi perdido não vai importar tanto assim.

Eu deixei você ir, e talvez me arrependa, mas eu fico imaginando seus olhos azuis entusiasmados em cada canto do mundo que você está conhecendo e aí, tudo fica bem. Eu nunca fui de me arriscar, mas está com você era como uma montanha russa, você sempre me levava para cima e eu sempre te trazia para baixo, eu sou realista e tive a consciência disto quando te deixei partir. Porque te prender aqui, falar que não viveria sem você, era como se estivesse te prendendo em uma prisão e era injusto, pois você nasceu para voar meu bem e está tudo bem quanto a isso.

Hoje a saudade bateu em minha porta, mas ela sempre bate! Lembra teu cheiro, traz nossas lembranças e me faz cozinhar sua comida preferida. Vez ou outra ainda cai uma lagrima aqui, outra lagrima ali, mas está passando. Vai chegar um dia que a saudade não goste tanto de ficar assim e tudo vai se transformar em memorias de longo prazo que vem de vez em quando. A vida é essa, não é? Não podemos nos enganar sobre o amor, ele é cheio de sacrifícios. No final quem faz um por alguém mesmo que consequentemente o perca, isso sim meu bem, é amor de verdade.